sábado, 31 de outubro de 2009

Konpeito

O konpeito – do português confeito – foi trazido ao Japão no século XVI pelos portugueses. Segundo relatos, o padre jesuíta Francisco Xavier, após converter o primeiro japonês, um samurai chamado Anjiro, partiu rumo ao Japão para pregar. Para obter a licença para a sua acção missionária, ele apresentou ao daimyo (senhor feudal) da época, Oda Nobunaga [織田信長], um frasco de konpeito.


Na época, este doce era restrito à nobreza, devido a sua beleza composta por esferas coloridas de 5 a 10 mm de diâmetro, envoltos por minúsculos “espinhos” de açúcar.

O processo do fabrico de konpeito era mantido em segredo pelos portugueses e a sua preferência em vendê-los para os japoneses como um doce raro, tornou-o cada vez mais valioso e cobiçado. Até que no período Edo o segredo foi descoberto pelos artesões de Nagasaki, Kyoto e Edo (atual Tóquio) e a iguaria difundiu-se por todo o país.

Actualmente, o konpeito ainda é um sucesso entre as crianças. Além da variedade de cores (laranja, roxo, verde, amarelo e branco), também é bastante utilizado como adoçante de chás e cafés.

Tradicionalmente aparecem como integrante da cerimônia do chá e nas prateleiras de Hina Matsuri [ひな祭り], o dia das meninas comemorado em 3 de Março.
O povo japonês diz que o konpeito, pela sua beleza e delicadeza, manifesta uma história de amor ou uma celebração da essência da simplicidade, assim como uma flor, um orvalho, ou ainda um pôr do sol.