quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ano Novo japonês

Com a chegada do ano novo, nada mais coerente de falar como os japoneses passam o ano novo. Como será que é comemorado o ano novo no Japão? Falarei alguns costumes, não será possível abranger todos porque são muitos e se fosse falar todos o post tornar-se-ia muito extenso e até mesmo cansativo.

Por ser tratar de um país cristão, em Portugal costuma dar-se mais importância a Festa do Natal do que a do Ano Novo. O mesmo não se passa no Japão que é um país predominantemente budista. No país do sol nascente cada vez mais incentiva-se a comemoração do natal como uma festa de troca de prendas.
Para os nipónicos, o ano novo é muito importante. As preparações para esta celebração começa no mês de Dezembro, que no calendário lunar japonês é chamado de "shiwasu". O último dia do ano é chamado de "ômisoka". A passagem de ano é festejada com práticas tradicionais que se prolongam por três dias.
Muitos japoneses vão para as praias nesta época, não para tomar banho, mas sim para assistir a concertos ou danças tradicionais encerrando com queimas de fogo. As familias reúnem-se e celebram com hábitos e jogos típicos, mesmo os jovens ainda mantêm as brincadeiras, decorações e as "manias" para trazer sorte ao ano que chega!


Templo no 1º dia do ano

A preparação costuma começar por volta do dia 13 de Dezembro. As mulheres japonesas fazem uma limpeza a casa chamada de "oosouji" que é como se estivessem a fazer uma purificação à casa, limpando o ambiente para as festividades, afastando o azar. Esta limpeza não se limita as habitações, estende-se às empresas, onde os funcionários são convocados para uma limpeza geral na sua àrea de trabalho. Até nos templos a limpeza é obrigatória, ficando os monges encarregues desse trabalho. Esta limpeza costuma repetir-se no segundo dia do ano.

Na véspera, em todo o Japão é possivel ouvir as 108 badaladas dos sinos dos templos para receber a chegada do novo ano. Esta cerimónia é conhecida como "joya no kane", que relembra aos japoneses os 108 pecados existentes no homem. É também um momento em busca da purificação e de saudar o ano novo que chega.



Para as refeições do ano novo, as donas de casa preparam comida suficiente para três dias, pois nos três dias de ano novo, conforme a tradição, não se pode trabalhar. Cada um dos alimentos para esta ocasião simboliza sorte ou saúde.
O prato do primeiro dia do ano, na madrugada do dia 1, é o Ozooni, uma espécie de sopa à base de mochi. Diz-se que o Ozooni guarda o espírito do arroz, abençoado pelos deuses.
O almoço di primeiro dia do ano é Osenchi-ryouri, um banquete especial que inclui pratos preparados anteriormente, disposto em caixas de madeira. Actualmente os japoneses optam por comprar esta refeição em vez que a confeccionar.


Ozooni

Depois da meia-noite do dia 1 de Janeiro, os japoneses vão aos templos e fazem as suas oracções para a saúde e felicidade no novo ano. Compram novos omamori (amuletos) e deixam os antigos para serem queimados. Esta primeira visita ao templo é chamada de hatsumoude, que ocorre ns três primeiros dias do ano. Muitos japoneses levanta-se bem cedo, ao ponto de ver o nascer do sol do primeiro dia. Na religião xintoista o sol é o deus mais importante do Universo. Foi a partir desta crença que nasceu a tradição de ver o primeiro nascer do sol.


Amuletos

O ano-novo também é época de agradecimento. O costume dita que as pessoas dêem presentes a conhecidos, professores, superiores no trabalho ou parentes. Nesta época as lojas ficam a abarrotar de opções, que em na sua maioria são bebidas ou alimentos.
As crianças recebem dos seus pais e parentes presentes em dinheiro (otoshidama), que vêm dentro de envelopes que substitui os presentes. A quantia costuma variar com a idade da criança. Ao receberem costumam rasgar rapidamente os envelopes (chamados de pochibukuro) e respondem prontamente à pergunta “quanto ganhaste?”


Pochibukuro

Algumas frases usadas em cartões e também ditas nesta época do ano:

Akemashite omedetou gozaimasu - Parabéns pela abertura do ano

Kiga shinnen - Feliz ano novo (só na escrita)

Geishun - Uma expressão que dá as boas vindas ao Ano Novo.

Ii otoshi wo omukae kudasai - Boa passagem de ano.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ikebana

Ikebana (em japonês: 生け花, "flores vivas") é a arte japonesa de arranjos florais, também conhecida como Kado (em japonês: 華道, a via das flores). De todas as artes tradicionais japonesas, talvez a mais conhecida e intensamente praticada nos dias de hoje seja a ikebana.

Ikebana é uma arte floral que teve origem na Índia onde os arranjos eram destinados ao Buda, e personalizada na cultura nipônica, pela qual é mais conhecida. Em contraste com a forma decorativa de arranjos florais que prevalece nos países ocidentais, o arranjo floral japonês cria uma harmonia de construção linear, ritmo e cor. Enquanto que os ocidentais tendem a pôr ênfase na quantidade e colorido das cores, dedicando a maior parte da sua atenção à beleza das cores, os japoneses enfatizam os aspectos lineares do arranjo. A arte foi desenvolvida de modo a incluir o vaso, caules, folhas e ramos, além das flores.
A estrutura de um arranjo floral japonês está baseada em três pontos principais que simbolizam o céu, a terra e a humanidade, embora outras estruturas sejam adaptadas em função do estilo e da Escola.


Mesmo com uma origem que remonta a centenas de anos passados, ela mantém-se como elemento essencial no universo artístico contemporâneo. Transcendeu o seu espaço no tradicional altar da casa japonesa (tokonoma), para ingressar no dia-a-dia do mundo moderno. De maneira similar, a ikebana já não é uma arte de domínio exclusivo de artistas ou ornamentadores japoneses, pois, entre os seus entusiastas, estão criadores de arranjos profissionais e amadores de todas as nações e áreas de atividade. Esta nova dimensão acrescentada ao uso e significado da ikebana, não alterou de modo algum os conceitos básicos de estrutura, espaço e naturalismo desenvolvidos e aperfeiçoados através dos séculos.

A palavra ikebana é geralmente traduzida como "a arte japonesa de arranjo floral", mas os materiais de ikebana podem incluir galhos novos, folhas, frutos, relva, bagas, sementes e flores, bem como plantas murchas e secas. De fato, pode ser usada qualquer substância natural e, na ikebana contemporânea, também se usa vidro, metal e plástico. Sendo uma das artes tradicionais do Japão, a ikebana desenvolveu uma linguagem simbólica e conceitos decorativos com o uso de flores e ramos efêmeros torna a dimensão de tempo uma parte integral da criação. A relação entre os materiais; o estilo do arranjo; o tamanho, forma, volume, textura e cor do recipiente; e o lugar e ocasião da exposição são todos fatores vitais e importantes. Com a sua história de 500 anos, tem havido uma grande variedade de formas, desde modestas peças para decoração caseira, até trabalhos esculturais inovadores que podem ocupar todo um salão de exposição.

A par da enorme variedade da obra contemporânea, as formas tradicionais continuam a ser estudadas e criadas. Além disso, a prática de ikebana, tem sido procurado como forma de meditação na passagem das estações, do tempo e da mudança. As suas origens religiosas e forte ligação com o ciclo natural do nascimento, crescimento, decadência e renascimento conferem à ikebana uma profunda ressonância espiritual.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Castelo de Himeji

Uma das mais antigas estruturas ainda existentes do Período Sengoku, é considerado como um Tesouro Nacional do Japão, tendo sido classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, em Dezembro de 1993.

O Himeji-jo (em japonês: 姫路城), também conhecido em português como Castelo de Himeji, e ainda como Hakurojō ou Shirasagijō devido ao seu brilhante exterior branco, é um complexo palaciano com 82 edifícios de madeira, localizado na cidade de Himeji, província de Hyogo, no Japão.


O castelo foi concebido e construído durante a era Nanboku-cho do Período Muromachi. Nessa época, era chamado de Himeyama-jo (Castelo Himeyama). Em 1331, Akamatsu Sadanori, então governador da região, planeou um castelo na base do Monte Himeji. Depois da queda de Akamatsu, durante a Guerra de Kakitsu, o Clã Yamana tomou conta, por um curto periodo, dos planos do castelo; a família Akamatsu regressou depois da Guerra de Ōnin.

Em 1580, foi Toyotomi Hideyoshi que tomou controle do mal tratado castelo, e Kuroda Yoshitaka construiu uma torre com três andares. Depois da Batalha de Sekigahara, em 1601, Tokugawa Ieyasu concedeu o castelo de Himeji a Ikeda Terumasa, o qual empreendeu um projecto de expansão que duraria nove anos, o qual trouxe ao castelo a sua forma actual. Esteve na posse dos descendentes Tadasumi até à Restauração Meiji.
Em 1871, o castelo foi vendido em leilão por um valor de 23 yenes (actualmente 153 dólares). No entanto, o custo de desmantelar o castelo era irrisório, e como resultado o complexo foi abandonado.

O Décimo Regimento de Infantaria ocupou o castelo em 1874 e o Ministério da Guerra tomou controle deste em 1879. A torre principal foi restaurada em 1910, com o custo de 90.000 yenes retirados dos fundos públicos.
A cidade de Himeji foi bombardeada em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial. Apesar de a maior parte da área circundante ter sido completamente incendiada, o castelo sobreviveu sem sofrer danos, à excepção de alguns impactos das explosões nas redondezas.
Os esforços para restaurar o castelo começaram em 1956, e durante o processo foram usados, apenas, equipamentos e métodos tradicionais, tendo o restauro ficado concluído em 1964.


Himeji-jo serve como um excelente exemplo do protótipo de Castelo Japonês, contendo muitas das características de defesa e de arquitectura militar mais associadas com estes castelos. As altas fundações em aparelho de pedra, as paredes brancas e a organização interna dos edifícios no complexo são elementos padrão de qualquer castelo deste país, e o monumento também exibe muitos outros exemplos do típico desenho japonês, incluindo posicionamento de armas e buracos para largar pedras.

Um dos elementos defensivos mais importantes do Himeji-jo, e talvez o mais famoso, é o confuso labirinto de caminhos que conduzem à fortaleza principal. Os portões, muralhas exteriores e outras paredes do complexo estão organizados por forma a confundir as forças invasoras e permitir um ataque mais rápido e eficiente.
A espiral em volta do castelo, com muitos caminhos sem saída, permitia que os atacantes fossem observados e atacados a partir da fortaleza durante todo o seu caminho de aproximação. de qualquer forma, o Himeji-jo nunca foi atacado desta forma, e assim sistema nunca foi testado.

Actualmente existem 2 dias dedicados ao Castelo de Himeji:

  • Festival Kanokai (primeiro Domingo de Abril), no qual se celebra o hanami, ou contemplação das cerejeiras em flôr;
  • Festa do Himeji-jo (início de Agosto), na qual todo o público pode visitar o castelo, tanto o exterior como o interior

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Death Note

Hoje para fazer um post diferente vamos falar de um dos animes mais bem sucedidos de sempre. Este post é também dedicado a uma pessoa muito, muito especial, ao meu melhor amigo!!
Bruno Ferraz 31 :D

Death Note (em japonês: デスノート, Desu Noto) é um mangá escrito por Tsugumi Ohba e ilustrado por Takeshi Obata. Foi publicada pela revista semanal Shonen Jump, de janeiro de 2004 a maio de 2006, totalizando 108 capítulos compilados em 12 volumes.


A história tem início quando Yagami Raito, um jovem sobredotado de 17, encontra um misterioso caderno no chão: o Death Note, que é capaz de tirar a vida a todos aqueles que tiverem o seu nome escrito nas páginas. Inicialmente, Raito pensa que o caderno não passa de uma brincadeira de mau gosto, porém resolve testá-lo e acaba por comprovar a sua autenticidade.
Raito, que acredita que a sociedade em que vive está corrompida e repleta de indivíduos que não contribuem para a harmonia do planeta, decide então dar início a um plano utópico de tornar-se o "deus do novo mundo" eliminando todos aqueles que acha que não merecem viver.
Mas, a ocorrência de mortes inexplicáveis chama a atenção de L, o maior detetive do mundo, famoso por nunca ter deixado um caso sem solução. Dá-se início a uma perseguição de gato e rato entre os dois, onde o menor erro ou deslize pode custar as suas vidas. Raito passa a querer descobrir a identidade de L para poder matá-lo, e L deseja descobrir a identidade de Kira (o nome que a população chama ao misterioso assassino, é adaptado do inglês, killer) para poder impedir sua matança.

A série foi adaptada em três longa-metragens live-action pela Warner Bros japonesa, e contava a primeira saga do mangá. O primeiro filme foi lançado em 17 de Junho e o segundo em 3 de novembro de 2006 no Japão. Existe um terceiro filme que se chama L Changes the World, que foca a história da personagem L.
A partir do dia 3 de outubro de 2006 até a 26 de junho de 2007, foi para o ar no canal Nippon TV, a série de anime baseada no mangá, animada pelo estúdio Madhouse.

Personagens:

Yagami Raito



É o protagonista de Death Note. Raito é um dos melhores alunos do Japão, confiante e esforçado. É motivo de orgulho dos seus pais, irmã colegas.

Ryuuku


Um shinigami que deixa cair o seu Death Note no mundo humano para observar o que aconteceria. Ryuuku recusa-se a ajudar Raito e gosta de assistir à sua luta para alcançar a sua meta.

L


O genial detetive que persegue Kira. L é tido como o melhor detetive do mundo. Incialmente já suspeita de Raito, e decide ser seu colega na universidade com o psudônimo Hideki Ryuga para o investigar.

Amane Misa



Tem uma enorme paixão por Raito. Misa é uma famosa modelo, actriz e cantora e usa roupas do estilo Gothic Lolita. Ela refere-se a si mesma na terceira pessoa e é hiperativa. Ela possuí outro Death Note e proclama-se o segundo Kira para chamar a atenção de Raito.

Regras Principais do Death Note
  • O Humano cujo nome for escrito neste caderno morrerá
  • Este caderno não surtirá efeito a menos que o escritor tenha em mente a face da vítima ao escrever o seu nome. Assim, pessoas que possuam o mesmo nome não serão afetadas.
  • Se a causa da morte for especificada dentro de 40 segundos depois de escrito o nome da vítima, essa será a causa morte.
  • Não sendo especificada a causa mortal, a vítima morrerá por um ataque cardíaco.
  • Depois de escrita a causa morte, detalhes da mesma devem ser escritos nos 6 minutos e 40 segundos seguintes.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Origami

Origami (do japonês: 折り紙, de oru, "dobrar", e kami, "papel") é a arte tradicional japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos com as dobras geométricas, sem cortar ou colar o papel.


Conforme se foram desenvolvendo os métodos mais simples de criar papel, o papel foi tornando-se mais barato, e o Origami, cada vez mais uma arte popular. Ainda assim as pessoas com menos posses esforçavam-se em não desperdiçar papel; guardavam sempre todas as pequenos restos de papel, e usavam nos seus modelos de origami.
Durante séculos não existiram instruções para criar os modelos origami, porque eram transmitidas verbalmente de geração em geração.

Esta forma de arte viria a tornar-se parte da herança cultural dos japoneses. Em 1797 foi publicado o livro "Hiden Senbazuru Orikata" que continha o primeiro conjunto de instruções origami para dobrar um pássaro sagrado da India. O Origami tornou-se assim ainda mais popular. Existe uma impressão deste livro em madeira de 1819, intitulada "Um mágico transforma folhas em pássaros", que mostra pássaros a serem criados a partir de folhas de papel. Em 1845 foi publicado outro livro: "Kan no mado" que incluía uma colecção de aproximadamente 150 modelos Origami. Este livro introduzia o modelo do sapo, muito conhecido hoje em dia. Com esta publicação, o Origami espalha-se como atividade recreativa no Japão.


O origami utiliza um pequeno número de dobras diferentes, que no entanto podem ser combinadas de diversas maneiras, para formar desenhos complexos. Geralmente parte-se de um pedaço de papel quadrado, cujas faces podem ser de cores ou estampas diferentes, prosseguindo-se sem cortar o papel. Esta arte é praticada desde o Perídodo Edo (1603-1897)