domingo, 21 de junho de 2009

Sushi

Sushi... um prato conhecido internacionalmente... mas será que sabe os tipos de sushi que existe? Qual gostaria de provar?

O sushi ( 鮨) é um prato da culinária japonesa que possui origem numa antiga técnica de conservação de peixe em arroz avinagrado. O sushi, a forma em que é conhecido atualmente, tem cerca de 200 anos. Inicialmente, era vendido em barracaquinhas, como comida de rua.


O sushi tradicionalmente é feito com arroz temperado com molho de vinagre, açúcar e sal, ao qual é combinado com algum tipo de peixe ou frutos do mar, ou ainda vegetais, frutas ou até mesmo ovo. A tradição japonesa é de servi-lo acompanhado de wasabi e shoyu (molho de soja).

O ingrediente comum em todos os diferentes tipos de sushi é o arroz de sushi. A variedade aparece na escolha dos recheios e coberturas, na escolha de outros condimentos, e nas suas formas. Os mesmos ingredientes podem ter formas inteiramente diferentes para a obtenção de efeitos totalmente diferentes. Aqui está uma lista de alguns diferentes tipos de sushi, independentemente dos tipos de recheio e cobertura:


  • Makizushi (sushi enrolado) É geralmente embrulhado em nori, uma folha de alga marinha desidratada que abriga o arroz e o recheio.

  • Futomaki (rolinhos grandes) É um dos mais populares. Possui como recheio variadas combinações de peixes, folhas e raízes.

  • Hosomaki (rolinhos finos) Um pedaço cilíndrico fino, com o nori na parte externa. O hosomaki típico tem por volta de dois centímetros de espessura e dois centímetros de largura. Eles são geralmente feitos com apenas um recheio, simplesmente porque não há espaço suficiente para mais.

  • Temaki (rolinhos de mão) Um pedaço grande em formato de cone, com o nori na parte externa e os ingredientes até à extremidade larga.

  • Oshizushi (sushi prensado) Um pedaço em forma de bloco. Usando um molde de madeira, chamado oshibako, o chef alinha o fundo do molde com a cobertura, cobre-o com arroz de sushi, e pressiona a tampa do molde para baixo para criar um bloco compacto e retilíneo. O bloco é removido do molde e cortado em pedaços que cabem na boca.

  • Chirashizushi (sushi espalhado) Uma tigela de arroz de sushi com outros ingredientes misturados. Também conhecido como barazushi.

  • Gunkanzushi (sushi navio de guerra) Também conhecido como gunkanmaki é um sushi pequeno, ovalado, similar em tamanho e aparência ao hosomaki. Um punhado de arroz é embrulhado à mão numa tira de nori, mas ao contrário do recheio ficar no centro, tem alguns ingredientes — como ovas de peixe — empilhados no topo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gueixa

Neste artigo, vamos saber o que é uma gueixa e como funciona este mundo em que estas mulheres vivem...

Gueixa (芸者, que significa pessoa que vive das artes) são mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte da sedução, dança e canto, caracterizando-se distintamente pelos trajes e maquilhagem tradicionais.


Contrariamente à opinião popular, as gueixas não são um simples equivalente oriental da prostituta. Elas não trabalham com sexo.

Uma verdadeira gueixa é bem sucedida porque reflete a ideia de uma perfeição inatingível. Quando os homens contratam gueixas para animar uma festa, o assunto sexo não está relacionado. A gueixa entretem por intermédio de canto, música, dança, relato de histórias e atenção.
No Japão a condição de Gueixa é cultural, simbólica repleta de status, delicadeza e tradição.

Foi por volta do século XVIII que surgiram as primeiras gueixas. À medida que o tempo passava, em especial durante os tempos de recessão no Japão, o sucesso das gueixas fez com que as familias mais pobres vendessem as suas filhas para as casa de gueixas (chamadas de okiya). Estas meninas eram treinadas desde os cinco ou seis anos para se tornarem gueixas bem sucedidas e compensar a okiya do custo dos ensinamentos. Atualmente, as jovens escolhem ser gueixas da mesma forma como escolhem ser médicas. Começam o rigoroso ensinamento depois do ensino básico. Mas, apenas as mais dedicadas chegam ao status de gueixa.

O treino para ser uma gueixa leva tanto tempo como para ser médica. Noralmente, uma jovem passa anos a estudar as artes da música e da dança, a preparação da cerimónia do chá, o domínio de diversas línguas e como ser uma anfitriã perfeita.

Estes aspectos menos formais do treino ocorrem enquanto maiko, ou seja, uma aprendiz de gueixa. O período como aprendiz começa quando a jovem encontra uma one-san ("irmã mais velha"), que é uma gueixa formada. Esta será a sua mentora. Nessa transição para o status de maiko, a jovem recebe um outro nome que será o "nome de gueixa".
O trabalho de uma irmã mais velha é introduzir a maiko na sociedade, tornando-a conhecida. Desta forma, a maiko faz sua estreia como gueixa.
A cerimônia que marca a transição de maiko para gueixa é chamada de Eriage, que significa "mudança de colarinho". Nesse momento, a maiko troca o seu colarinho estampado vermelho pelo totalmente branco, símbolo de sua estréia como gueixa.


Duas Maiko
Para uma gueixa ficar pronta para trabalhar, são necessárias muitas horas de preparação. A sua aparência diferente é parte de sua sedução, mas não é apenas uma questão de beleza ou exclusividade. É também uma maneira de estabelecer a diferença entre uma maiko e uma gueixa e entre uma gueixa jovem e uma gueixa adulta. Uma gueixa pode revelar muito apenas pela sua aparência.

Diferente do kimono comum, o kimono de uma gueixa mostra a nuca, considerada pela cultura japonesa, a parte mais sensual de uma mulher.



Um kimono pode custar milhares de dólares. Uma maiko usa um kimono que tem mangas enormes, é muito longo, colorido e totalmente adornado com bordados e desenhos pintados à mão. Seu colarinho é vermelho e o obi é longo e amplo. Ela calça sandálias de madeira chamadas okobo para não deixar que o kimono arraste pelo chão. Aprender a andar neste traje sem cair é parte do treino.
A maquilhagem branca, é uma marca registrada das gueixas. As gueixas com batom apenas no lábio inferioro é sinal que são aprendizes.

O kimono de uma gueixa é mais simples e mais fácil de lidar. Este kimono tem mangas mais curtas. Uma gueixa calça zori, que são como sandálias havaianas, e um obi mais curto. Depois de trabalhar por vários anos, uma gueixa pode escolher usar uma maquilhagem mais leve, num "estilo mais ocidental", ao contrário da maquilhagem tradicional e pesada que usava no início da sua carreira. Uma gueixa usa variações do penteado shimada e perucas em vez do seu próprio cabelo.


Poucas mulheres conseguem chegar à vida de gueixa no século XXI. A população de gueixas verdadeiras no Japão caiu desde o início do século XX. Na década de 20, havia 80 mil gueixas registradas. Durante a Segunda Guerra Mundial, as pessoas não tinham dinheiro para festas de gueixas e elas acabaram por trabalhar nas fábricas.
Quando o Japão foi ocupado nos anos 40, a actividade das gueixas era ilegal.
No início dos anos 50, as gueixas retornaram ao trabalho, mas a profissão nunca voltou a ser o que era. Em 1970, havia 17 mil gueixas no Japão e hoje há menos de mil. A maioria das gueixas de hoje escolheram a profissão devido a sua natureza romântica e artística ou porque é um negócio de família. Mesmo quem consegue o status de gueixa pode desenvolver a atividade por alguns anos até entrar na universidade ou casar. As gueixas de hoje são mulheres modernas cuja carreira envolve recriar o passado.

sábado, 6 de junho de 2009

Cerimónia do chá

Uma arte bem tradicional do Japão... a cerimónia do chá! Não é simplesmente servir chá as visitas... é muito mais que isso como poderão ver...

A cerimónia do chá (chanoyu: 茶会, literalmente, o caminho do chá ) é um sentimento que dificilmente pode ser expresso por palavras.

Foi desenvolvida sob influência do budismo Zen, cujo objectivo é purificar a alma do homem, confundindo-a com a natureza, o povo japonês procura o reconhecimento da verdadeira beleza através modéstia e simplicidade.


Os encontros de chanoyu são chamados de chakai (茶会, encontro para chá). São encontros formais onde para além do chá inclui também uma refeição tradicional (chamada de Kaiseki).

O praticante da Cerimónia do chá precisa ter conhecimento de várias artes tradicionais que fazem parte do Chanoyu (o cultivo e variedades de ervas para o chá, roupas tradicionais, caligrafia, arranjos florais...). Mesmo participando apenas como convidado é preciso ter conhecimeno de gestos e frases pé-defenidos, como comportar-se na sala e até como se servir de chá.



"A cerimônia do chá requer muitos anos de treino... antes de dominar toda esta técnica, cada detalhe, significa mais do que simplesmente servir o chá. É crucial que os movimentos sejam perfeitos, o mais educado, mais gracioso, e usando os bons modos. "
(Lafcadio Hearn)

Beber chá é um costume introduzido no Japão, no século IX, pelo Monge Budista Eichu, quando regressava de uma visita à China. O chá tornou-se a bebida mais consumida no Japão, e cultivada em seu próprio território.
O costume de beber chá, iniciou-se como uma forma medicinal, era como um luxo, uma vez que era importada da China.
No século XII, surge um novo tipo de chá, o chá verde, trazido por Eisai, outro monje japonês quando regressava da China. Este foi inicialmente utilizado em rituais de Templos Budistas.

No século XIII, já os samurais consumiam esta bebida como uma adaptação do Budismo, com isso o futuro do chá, estava traçado.
Por volta do século XVI, beber o chá tornou-se bastante popular, chegando a atingir todas as camadas sociais.

Sen no Rikyu e Takeno Jo são os responsáveis pelo desenvolvimento e criação da cerimónia do chá, sendo um deles: cada cerimónia de chá é única, e nunca poderá ser reproduzida

Estes costume resistem até hoje.


As regras rigorosas da etiqueta a Cerimónia do chá podem parecer penosas e meticulosas à primeira vista, pois são calculadas minuto a minuto, a fim de obter a maior economia de movimentos. Ao todo a cerimônia consome em média 4 horas.


De uma forma simplificada, a Cerimória consiste no seguinte:
  • a primeira sessão trata-se de uma refeição ligeira denominada kaiseki;
  • o nakadachi (uma pausa breve);
  • Gozairi, a parte principal da cerimônia onde o chá é servido;
  • Ingestão do chá;

Os utensílios da cerimônia são chamados de dōgu (道具, literalmente “Ferramentas”). São necessários uma grande quantidade de dōgu para uma cerimônia básica. Se fosse para fazer uma lista de todos eles, seria preciso prencher centenas de páginas de livros, com centenas de capítulos. A imagem demonstrada é apenas os itens essenciais:


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Haiku ou Haikai

Este tema foi uma descoberta para mim...já tinha ouvido falar de Haiku, inclusive sabia do que se tratava...mas nunca procurei aprofundar este tema. Aqui vai um artigo sobre Haiku ou Haikai (como preferirem chamar-lhe)!


Haiku (俳句, ou Haikai ) é um forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade.

O haiku deriva duma forma anterior de poesia, que surgiu entre os séculos IX e XII, designada por tanka. Continha 5 versos, de 5 e 7 sílabas, que tratavam temas religiosos ou ligados à corte.
No século XV, os muitos concursos de poesia tanka deram origem a um jogo de escrita de longos poemas: a primeira estrofe, de 3 versos (com 5 ou 7 sílabas), era sugerida por um poeta e as restantes iam surgindo e associando-s. Era um jogo bastante competitivo.
Rapidamente a estrofe inicial de 3 versos acabou por se tornar uma forma independente de poesia. Mas só no século XIX, o mestre Masaoka Shiki lhe atribuiu um nome: haiku.

Bashô Matsuo (1644–1694), considerado o primeiro e maior poeta japonês de haiku, nasceu samurai e adoptou a simplicidade tanto na vida como na criação poética.
Enriqueceu o haiku, superando a artificialidade de poetas anteriores e tornando-o artistica e socialmente aceite. Começou a valorizar o papel do pensamento no haiku, introduzindo-lhe o espírito do budismo zen.
Os seus poemas sugeriam os mais variados estados de espírito: humor, depressão, euforia, confusão... permitindo assim uma consciência da grandiosidade da natureza ( física e humana).

"Este caminho,

Ninguém já o percorre,

Salvo o crepúsculo

De que árvore florida

Chega? Não sei

Mas é o seu perfume"
(Basho Matsuo)

Outros poetas do género se lhe seguiram foram: Buson Yosa (séc. XVIII), Shiki Masaoka (séc. XIX), Koi Nagata (séc. XX). Nem Shiki nem os poetas contemporâneos afirmaram uma ligação ao zen, como Bashô, embora seja inegável que a essência desta filosofia continue presente em muitas composições haiku.

“O haiku é mais do que uma forma de poesia; é uma forma de ver o mundo. Cada haiku capta um momento de experiência; um instante em que o simples subitamente revela a sua natureza interior e nos faz olhar de novo o observado, a natureza humana, a vida”.
(A. C. Missias, biólogo e poeta americano)

Assim, o haiku uma forma de poesia breve, depurada, bela, simples e fluente. É uma reacção estética minimalista à crescente consciência humana do caos. Exige uma atenção aos mais pequenos eventos da natureza objectiva e imediata; uma permanente atitude de espanto perante o fenómeno da natureza. Pressupõe uma relação entre o particular e o geral, entre o mais individualmente percebido e o ritmo cósmico da natureza, entre a efemeridade da sensação e o eco que esta pode despertar na sensibilidade e na memória, promovendo uma união entre o sujeito e o objecto. De referir que, no Oriente, o conceito de união entre o homem e a natureza é diferente do ocidental: o homem também é a natureza, por isso, o conceito de união remete para aquele momento específico em que o homem reconhece essa natureza a que ele também pertence.

Na pedra está o seguinte haiku:

"Nas folhas do livro

Que se abre no outono

Reaprende a cidade."

O haiku foi absorvido por outras culturas e línguas, tendo ganho popularidade em diversas regiões do mundo durante o século XX. Chegou ao Ocidente, quer pela via da imigração japonesa, quer pelo fascínio que o Oriente foi exercendo pelo Ocidente.